Demaquilante bifásico caseiro

Faz algum tempo que eu usava óleo mineral seguido por uma lavagem com shampoo Jonhson’s Baby para retirar a maquiagem dos olhos (mais especificamente, máscara à prova d’água Colossal ou The Falsies), mas de vez em quando dava preguiça de fazer o procedimento duplo e eu usava lenços demaquilantes da Nívea. Até tenho um demaquilante da Clean and Clear que também retira  totalmente a maquiagem dos olhos, mas não é tão eficiente quanto o óleo e eu sempre preciso enxaguar o olho depois.

Depois que meu lenço acabou, pensei em investir num demaquilante bifásico, mais especificamente o da Nívea, que costuma ser bem avaliado nessas resenhas. Mas como desde que terminei meu mestrado sou uma desempregada (e é esta a razão de eu estar me dedicando mais ao blog atualmente), estou em numa fase de contenção de despesas. Resolvi então colocar em prática uma idéia que eu já vi em vários lugares, que é a de fazer meu próprio demaquilante.

Acabei fazendo a seguinte fórmula:

• 1/3 óleo mineral
• 2/3 soro fisiológico.
• Shampoo de bebê à gosto

Tem quem use água mineral, mas a durabilidade da mistura fica comprometida. O óleo mineral foi minha escolha por ser barato e já ser tradicional nos demaquilantes bifásicos, ou seja, é compatível com a região. Geralmente se usa 50% de óleo, mas eu resolvi iniciar com pouco e ir aumentando aos poucos se necessário para não ter um produto tão oleoso no final.  O pessoal costuma usar o óleo mineral da Johnson’s Baby, mas óleo mineral de farmácia é tudo igual. Comprei um frasco de 100 mL por R$2,95 da marca Farmax (o da Johnson custa mais de 16 reais e vem 200 mL). Achei interessante que só o óleo mineral da Johnson & Johnson estava sendo vendido por esse nome, nos frascos menores só encontrei este componente por outras denominações. Vaselina líquida, óleo de vaselina, óleo mineral, é tudo a mesma coisa (leia a atualização ao final do post), mas nem todo mundo sabe. Nem o funcionário da farmácia soube me informar com certeza essa informação quando questionado, teve que consultar a farmacêutica.

Eu acabei adicionando uma quantidade de shampoo de bebê na mistura, achando que ele talvez fosse agir como emulsificante e também deixar uma sensação menos oleosa. Como a quantidade de shampoo foi muito pequena, nem chegando a cobrir direito o fundo do recipiente, acabou formando uma fase líquida e uma óleo-espuma. Não é muito bonito, como se vê na foto abaixo, mas desde que funcione, tá valendo.

Produto com fases separadas.

Para não formar muita espuma, agite levemente com movimentos circulares ao invés de chacoalhar.
Vai ficar igual à foto, uma solução homogênea temporariamente.

Enfim, testei a solução e tive um resultado agradável. A sombra saiu facilmente com duas passadas de algodão, o rímel demorou um pouco mais, mas foi totalmente eliminado. Nas fotos abaixo, um antes e depois. Utilizei dois discos de algodão, um para limpar o grosso (até saturar) e outro para finalizar. Não precisei encharcar o algodão com a solução para obter este resultado. Também não irritou o olho. O que eu mais gostei foi que, após terminar de limpar, não senti a necessidade de lavar depois. A foto do depois foi tirada logo após o uso do produto, dá pra ver que não ficou oleoso? Eu achei que ficaria oleoso pelo toque da mistura, mas como usei pouco produto (e talvez pela adição do shampoo de bebê), ficou pouco resquício de óleo e o toque da pele era como se eu tivesse passado um creminho leve. Acho que nunca terei coragem de gastar uma fortuna num Bi-facil com algo tão barato e eficiente quanto  esse demaquilante.

Olho com maquiagem completa: sombra, delineador , lápis à prova d’água, rímel à prova d’água.

Olho após o uso do demaquilante caseiro.

“Mas você usou óleo mineral, não é ruim deixar ele na pele entupindo os poros?”

Óleo mineral não é comedogênico, ou seja, não entope poros e não vai causa acne e cravos. Numa escala de comedogenicidade que vai de 0 a 5, o óleo mineral é zero (o menor valor indica a menor chance de entupir os poros). Essa questão de tratar o óleo mineral como vilão da pele é um dos mitos mais comuns que vejo por aí, estou até preparando um post bem detalhado a respeito desse assunto.

Atualização (14/01/2012):

Acho interessante comentar: a durabilidade usando o soro fisiológico não será muito longa, já que a recomendação na embalagem dele diz que é para utilizar o produto em uma quantidade X (não me lembro) de dias após aberto e conservar em geladeira. Assim sendo, é bom fazer a mistura em menor quantidade. ou guardar em geladeira. Eu usei a água boricada por não vir com esse tipo de recomendação na embalagem, além de ser utilizada como antisséptico e vir adicionada de conservante. No entanto, como eu não sei a estabilidade dela com ingredientes do shampoo, acho melhor não recomendar.

Atualização (27/01/2012):

A Lanny do blog Põe um Batonzinho testou esta receita e aprovou (leia o depoimento dela aqui).

Atualização (22/03/2012):

Depois de algumas buscas estranhas que caíram no meu blog, acho bom esclarecer melhor a questão do “óleo mineral é tudo a mesma coisa”. Neste caso, me referi àqueles vendidos na farmácia, de uso cosmético/medicinal. Podem ter vários tipos de óleo mineral dependendo da pureza e dispersão de tamanho de cadeia dos alcanos presentes, mas os de farmácia são semelhantes entre si. Não me vá querer economizar usando óleo mineral de grau técnico, utilizado para refrigeração, lubrificação, isolamento e outras funções não relacionadas ao uso em humanos, e depois reclamar que deu irritação.